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Aquecimento da indústria de petróleo e gás

4 de julho de 2022

Inicialmente, a indústria de petróleo e gás foi uma das mais afetadas pela Covid-19, algo refletido em uma verdadeira “montanha russa,” que levou o preço do barril do petróleo em 2020 a preços negativos, para mais recentemente atingir altos recordes em sua cotação. O setor, que passava por uma forte onda de retomada no Brasil, uniu uma agenda agressiva de leilões e outras iniciativas, criando assim uma ampla gama de investimentos no país.

Apesar dos efeitos negativos da alta do barril de petróleo e gás natural estarem sempre em foco quando se trata de falar do tema — já que este cenário, infelizmente, reflete na alta dos combustíveis e gás de cozinha e tem efeitos inflacionários inegáveis —, esta mesma alta tem gerado bons frutos em decorrência dos investimentos na exploração e produção de hidrocarbonetos, bem como na arrecadação de tributos e participações governamentais relacionados à atividade da indústria de petróleo e gás.

Recentemente, o setor viu crescer o número de novos empregados e sistematicamente passou a comprar ou locar/ afretar novos equipamentos, barcos de apoio, sondas de perfuração e unidades de produção. Ou seja, em termos de geração de negócios e empregos especializados na indústria, arrecadação de tributos, pagamento de royalties e outras participações governamentais, sobretudo para as economias de estados onde há exploração e produção de petróleo e gás, é possível ver sinais muito positivos no cenário atual, que contribuem para o crescimento econômico do país.

Para se ter uma ideia, especificamente em relação ao impacto na geração de empregos, segundo uma projeção do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) publicada no fim de 2021, o setor tem a perspectiva de gerar entre 30 mil e 50 mil empregos em 2022. Até 2025, esse número deve saltar para 610 mil postos de trabalho.

Importância da indústria de petróleo e gás

A indústria de petróleo e gás é composta por várias atividades que englobam desde a exploração  e produção (upstream), passando pelo refino e processamento (midstream), até a distribuição e comercialização final do produto (downstream), com ampla cadeia de fornecimento em cada uma destas etapas.

Trata-se de um mercado que comercializa variados insumos e de diferentes setores e, por consequência, gera um efeito muito grande sobre os outros players da economia e indústria do País. Atualmente, por exemplo, petróleo e gás é um dos setores que mais exporta, tendo 6,6% de participação no PIB industrial brasileiro.

Resultados do setor 

Neste cenário de altas projeções, o governo conseguiu, com o sucesso dos novos leilões, compromissos de investimento de diversos players que já operavam no Brasil, como também de novas empresas que retomaram o seu interesse em iniciar operações no país. 

Entre as causas desse crescimento pode-se apontar avanços em todo cenário nacional, como as diversas leis, decretos e resoluções que alteraram o arcabouço regulatório da indústria em decorrência da pandemia e, principalmente, a abertura do mercado de gás, bem como, novos investimentos em decorrência das vendas dos ativos da Petrobras, geração de receita governamental, e a retomada de empregos e contratos/ negócios. 

Em destaque, o programa de venda de ativos da estatal abriu espaço para uma grande movimentação de profissionais no setor. Se depender dele, a recuperação deve seguir de vento em popa, já que a Petrobras tem como meta ainda receber de US$ 15 bilhões a US$ 25 bilhões com a venda de ativos até 2026, mantendo a atração de investimentos e entrada de novos players no setor.


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