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Mercado de seguros e resseguros permanecerá em alta em 2022

4 de janeiro de 2022

Indo na contramão de grande parte dos setores econômicos, o mercado de seguros e resseguros manteve crescimento acentuado durante todo o período em que o Brasil e o mundo enfrentaram a pandemia de Covid-19. Apenas entre janeiro e agosto de 2021, o setor arrecadou R$ 198,76 bilhões o que corresponde a R$ 25,61 bilhões (ou 14,4%) a mais do que no mesmo período de 2020, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), consolidando sua posição como segmento que representa 6,6% do PIB nacional (Produto Interno Bruto). 

Mesmo com os resultados positivos, a indústria de seguros ainda tem muito espaço para expansão. No entanto, enfrenta um cenário de incertezas econômicas. A dúvida que fica é: de que forma o mercado de seguros no Brasil enxerga as tendências para o ano de 2022? Será um ano que manterá o crescimento ou terá certa estagnação? 

As dificuldades e oportunidades das seguradoras em 2021

De acordo com a sócia da área de Seguros e Resseguros do Demarest, Marcia Cicarelli, existem dois grandes fatores que permitem traçar projeções otimistas para o mercado de seguros em 2021. Um deles é a própria pandemia, que contribuiu para o crescimento do segmento, pois expôs de forma mais enfática a fragilidade humana, fazendo com que os seguros, tanto individuais quanto coletivos, tomassem uma importância maior. Marcia, porém, faz uma ressalva: o país passa por um momento de recessão econômica, algo que tende a transformar os seguros em um bem secundário, pois a contratação de seguros exige planejamento financeiro e gestão de riscos.

O segundo fator são os estímulos regulatórios, isto é, o aumento do número de seguradoras digitais e insurtechs para melhorar a experiência do cliente por meio de aplicativos, facilitando o momento de contratações, o que deve fazer o mercado de seguros ser cada vez mais acessível ao consumidor. 

Nova aposta para o mercado de seguros no Brasil

A grande aposta para 2022 e 2023 será o Open Insurance (Sistema de Seguros Aberto), ou seja, a possibilidade dos consumidores de serviços de seguros, previdência complementar aberta e capitalização permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes sociedades autorizadas/credenciadas pela Susep. Para entregar esses benefícios ao consumidor, o Open Insurance operacionaliza e padroniza o compartilhamento de dados e serviços por meio da abertura e integração de sistemas com privacidade e segurança.

O compartilhamento de dados no meio digital promete revolucionar o mercado de seguros na medida em que a concorrência passa a ser maior, uma vez que autoriza outras empresas a ter acesso aos dados dos clientes e, com isso, as seguradoras conseguem fazer o pitch, ou seja, a proposta de produtos de forma mais customizada e de acordo com a necessidade de cada cliente. 

Essas ferramentas de comparações são capazes de aumentar o poder de escolha do cliente no momento da contratação. “Dentro deste cenário, se tivermos um incremento econômico, uma retomada econômica, a expectativa é que o setor continue na sua toada de crescimento, que já vimos em 2021, mesmo sendo um ano com tantas restrições”, explica Cicarelli.   

Adaptação e inteligência tecnológica  

Ao mesmo tempo em que o seguro está intrinsecamente ligado à capacidade de poupança e manutenção de bens, a percepção de riscos cada vez mais numerosos ligados aos avanços da sociedade acaba por criar uma busca natural de proteção por parte de pessoas físicas e jurídicas. No entanto, isso depende da estabilidade econômica. É difícil pensar em proteção de risco quando não se tem o básico garantido.

Ainda assim, para a sócia do Demarest, a toada de crescimento do mercado de seguros e resseguros deve permanecer em 2022. Segundo ela, o grande diferencial será como as seguradoras adaptarão, cada vez mais, sua estratégia de negócio ao seus clientes e suas necessidades. “A tendência do mercado é acompanhar um pouco a retomada econômica que estamos observando e aproveitar a digitalização, principalmente pós-pandemia, como ferramenta de crescimento”, diz Cicarelli.


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